Ganhei um livro essa semana. Mulheres de Cabul, com a seguinte dedicatória: "Um livro com histórias de mulheres especiais para a mais especial das mulheres". No primeiro momento me senti feliz, mas depois que comecei a ler…
O livro é da premiada fotógrafa inglesa Harriet Logan. São histórias comoventes de mulheres guerreiras narradas de maneira realista e sem maquiagem. E dentro daquelas histórias e imagens, percebi o quanto nós ocidentais somos hipócritas e preconceituosos em relação a cultura oriental. Hipócritas no sentido de fechar os olhos para os problemas do mundo. Impressionante os ataques que estão acontecendo em Israel e "nós" todos preocupados com o final que Flora terá em a Favorita. Até quando olhar só para o próprio umbigo? Talvez quem esteja lendo esse texto agora deve está pensando: Mas se preocupar com isso para que, se não podemos fazer nada? Falar não irá adiantar. Talvez não podemos fazer nada para mudar essa situação, mas no dia em que aprendermos a ser conscientes, a respeitar o próximo independente de sua crença, posição social, cultura, origem, estaremos sim fazendo algo… Imaginem se Harriet não insistisse em ir até Cabul em 1997, e se arriscasse novamente em 2002, para registrar todas aquelas histórias e nos contar a forma em que as mulheres naquele lugar são tão submissas e mal tratadas? Imaginem se ela não tivesse essa coragem e esse respeito em quebrar todas essas barreiras para mostrar ao mundo como é o lado de lá? Eu sei que eu não posso mudar o mundo, não sei a fórmula da cura do câncer, da AIDS. Não tenho o antídoto para a fome, a miséria, mas hoje com certeza sou mais consciente e sei que podemos sim fazer algo pelo próximo, através do amor e do respeito que podemos oferecer a todos. Então, vamos deixar de lado essa nossa incoerência intelectual e se é para esperar o final da vilã na novela das oito, é melhor que sejamos coadjuvantes de uma história real em que o roteiro foi escrito por aqueles que ainda não tem a consciência do amor e o respeito pelo próximo.
Ah, completando a frase que comecei o texto, depois que eu comecei a ler… joguei fora os rótulos, paradigmas e conceitos pré-estabelecidos, ou seja, o meu olhar sobre o mundo mudou… Mude o seu também…
Vivas as mulheres, as mulheres de Cabul!
(Cryslley Alsan e Fábio Lisboa - Janeiro 2008)
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