quarta-feira, 1 de julho de 2009

MORE THAN WORDS



Outro dia conversando com um amigo, ele falava sobre os reencontros, amizade e afinidade. Citou até um trecho de um texto do escritor Artur da Távola¹ sobre afinidade em que dizia mais ou menos assim:

“(...) Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediando à vida...”


Depois de ouvir tudo aquilo, fiquei pensando sobre o assunto e me perguntando se afinidade era o que mais importava em uma relação de amizade? Cheguei a conclusão de que não. Afinidade apenas não conserva os amigos. Uma Amizade, além de afinidade precisa de respeito, apreço, estima, dedicação, pois, o diálogo só retoma do ponto em que foi interrompido, quando há necessidade um do outro, sem se importar se o outro está perto ou longe. Os amigos se perdem, não por falta de afinidade, até porque “ afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele. Independente dele. A quilômetros de distância. Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.... ² Amigos se perdem por falta de apreço, de dedicação, e a culpa é sempre do tempo. Já notaram que estamos sempre culpando o tempo por nossa falta de dedicação às pessoas que escolhemos para que sejam nossos “amigos - irmãos”? O tempo não pára, já dizia o Cazuza. Então, a conclusão que eu tiro de todo esse contexto entre afinidade e amizade é que não entendemos praticamente nada sobre esses sentimentos e continuaremos sem entender por muito tempo. Porque não queremos só palavras. Queremos compreensão, segurar a mão, porque todas as palavras já foram gastas e não nos cabe mais...


E pra finalizar citando Caio Fernando Abreu:

“... e se é verdade que o tempo não volta, também deveria ser verdade que os amigos não se perdem..."


(Cryslley Alsan e Fábio Lisboa, 01/07/2009)
Dedico esse texto a todos os meus amigos!
P.S. A idéia central do texto foi do Fábio Lisboa Barreto também, em uma de nossas "conversas de botequim". Até que o nosso torrido, gostoso e excitante caso de amor serve pra alguma coisa neh??? rs
¹ Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros, político, escritor, poeta e jornalista brasileiro, morreu em maio do ano passado aos 72 anos.
Quer saber mais sobre ele visite: http://www.arturdatavola.blogger.com.br/
² Continuação do texto Afinidade do Artur da Távola

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